O presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), anunciou seu rompimento com o governo Dilma.
Bom, o que Cunha fez foi somente tornar oficial uma posição que sempre teve: de hostilidade a presidente da República e ao PT.
Não quero, absolutamente, tirar a culpa do partido da presidente, dela e do seu governo no episodio desastroso que culminou na eleição do peemedebista fluminense. Pelo contrário, entendo que Dilma, PT, governo, todos erraram no processo eleitoral da mesa diretora da Câmara dos Deputados no início de fevereiro deste ano. E continuam errando muito na politica.
Acuado pela Lava Jata, agora Cunha promete “explodir o governo”. Age, portanto, como um bravateiro, fanfarrão, ou, quem sabe, como um chantagista barato. É o achacador da República mesmo!
Fiquem com matéria de Carolina Gonçalves da Agência Brasil
Via Brasil 247:
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CUNHA ROMPE COM PT E FALA EM ‘EXPLODIR O GOVERNO’
“Saiba que o presidente da Câmara agora é oposição ao governo. Eu, formalmente, estou rompido com o governo. Politicamente estou rompido”, disse Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta manhã, a poucas horas de seu pronunciamento em cadeia nacional; ele disse que, como político, vai tentar convencer o PMDB a seguir o mesmo caminho; a decisão foi motivada pela acusação, ontem, de que o peemedebista teria recebido US$ 5 milhões em propina; o deputado disse que a operação Lava Jato “é uma orquestração do governo” e que ele tem direito a ser julgado no STF; “Vamos entrar com uma reclamação para que venha [o processo] para o Supremo e não fique nas mãos de um juiz que acha que é dono do país”, atacou, em relação a Sérgio Moro; a aliados, ele tem dito que irá “explodir o governo”
A poucas horas de pronunciamento em cadeia nacional de TV, previsto para as 20h30 de hoje (17), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou rompimento com o governo e disse que, como político, vai tentar no Congresso do PMDB, em setembro, convencer a legenda a seguir o mesmo caminho. Cunha garantiu que, apesar da decisão, vai manter a condução da Câmara dos Deputados “com independência”.
A decisão foi motivada pela acusação de que o peemedebista teria recebido US$ 5 milhões em propina para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal, segundo denúncia feita pelo empresário Júlio Camargo em depoimento ontem (16) ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Cunha reafirmou que há uma tentativa por parte do governo de fragilizá-lo. “Está muito claro para mim que esta operação [Lava Jato] é uma orquestração do governo”, disse. Ele lembrou que, desde junho, o Executivo iniciou uma ‘devassa fiscal’ contra ele e incluiu seu nome na delegacia de maiores contribuintes do país. “Esse tipo de devassa, de cinco anos é um constrangimento para um chefe de Poder”.
O parlamentar disse que a delação de Camargo é “nula” por ter sido feita à Justiça de primeira instância e lembrou que, como parlamentar, tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha disse que seus advogados vão pedir a transferência do processo de investigação para o STF. “O juiz não poderia conduzir o processo daquela maneira. Vamos entrar com uma reclamação para que venha [o processo] para o Supremo e não fique nas mãos de um juiz que acha que é dono do país”.
Ontem, o presidente da Casa disse que está tranquilo e não teme acusações. Ele já havia negado seu envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava Jato e acusou o Planalto de articular contra o Congresso Nacional, diante das mobilizações em torno de um processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, Camargo foi “obrigado” a mentir sob orientação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e deve perder o direito à delação porque está dando uma versão diferente do que havia dado anteriormente.
O peemedebista lembrou que, desde a divulgação da lista de Janot com nomes de políticos suspeitos de participar de irregularidades na Petrobras, tem “estranhado” o envolvimento de seu nome e voltou a afirmar que há uma clara motivação política encabeçada pelo governo para fragilizá-lo.
Eduardo Cunha disse ainda que a delação de Camargo é “nula” por ter sido feita à Justiça de primeira instância. Ele lembrou que, como parlamentar, tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, a Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu que o depoimento não tem relação com as investigações do STF e que “a PGR não tem qualquer ingerência sobre a pauta de audiências do Poder Judiciário, tampouco sobre o teor dos depoimentos prestados perante o juiz”.