Pesquisa Ibope/CNI aponta que percentuais dos eleitores que consideram administração do ex-presidente melhor do que a de Dilma Rousseff aumentam sobre os pontos perdidos pela presidente; subiu de 34% para 42%, entre novembro e agora, o índice dos que acham a gestão Dilma pior que a Lula; por outro lado, caiu de 14% para 11% a opinião cravada de que o governo dela é melhor do que foi o dele; no quesito popularidade do governo, gestão Dilma perdeu sete pontos percentuais, segundo o levantamento, nos últimos quatro meses; nem CNI nem Ibope revelaram resultados da pesquisa sobre intenção de voto, que também foi feita
247 – No espaço de pontos perdidos em popularidade pelo governo da presidente Dilma Rousseff quem se aproveita, e bem, é o auto-intitulado dublê de candidato dela mesma: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na comparação com o governo dele – uma das questões apresentadas aos entrevistados da pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira 27 – com o dela, 46% afirmaram que os consideram “iguais”. Porém, aumentou o número dos que escolheram outras alternativas.
O índice dos que consideram que o governo Dilma é pior que o de Lula aumentou de 34% para 42%, e o grupo dos que afirmam que o governo da ex-ministra de Lula é melhor oscilou de 14% para 11%.
Oscilaram contra o governo as expectativas sobre o restante da gestão. Para 36% dos entrevistados, a administração até dezembro será ótima ou boa. Trata-se de uma queda de nove pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. Para outros 28%, a expectativa é ruim ou péssima, sete pontos a mais que no último levantamento. A primeira pesquisa CNI/Ibope de 2014 foi realizada entre os dias 14 e 17 deste mês com 2.002 pessoas em 141 municípios.
O cruzamento desses números não passou despercebido pelos analistas. A correspondência entre a queda da popularidade do governo Dilma à boas lembranças da gestão Lula é mais um ingrediente a fomentar o surdo movimento apelidado de ‘volta, Lula’.
Nenhuma fonte assume, o assunto e tabu dentro do PT, até mesmo entre as bases, e inteiramente proibido na cúpula partidária. O próprio Lula se incomoda, tendo ficado no ar a frase não desmentida até agora, atribuida ao ex-presidente como dita entre amigos: “Estou pronto, mas não posso magoar a Dilminha”.
Um dos reflexos da pesquisa, que correspondeu a uma disparada de alta nas ações da Petrobras na bolsa de valores, também servirá para manter acesa a brasa de uma possível reviravolta no quadro eleitoral – para muitos considerada impossível.
Nos últimos dias, mesmo quebrando recordes na criação de empregos e obtendo melhoras na arrecadação fiscal, administração Dilma vem sofrendo diante do mercado. A agência Starndard & Poor’s rebaixou o rating do Brasil, o que nunca é uma boa notícia.
Mas a pior está sendo o avanço, no Congresso, da abertura de uma CPI sobre a Petrobras. A intenção da oposição é fustigar a presidente, que era presidente do conselho de administração da estatal em 2006, mas também serão apontadas baterias contra Lula, que no processo de compra da refinaria de Pasadena era o presidente da República.
Para cima, para baixo ou para os lados, os destinos políticos de Dilma e Lula parecem mesmo fortemente atados.