Tenho o maior respeito e admiração pelos ditados populares. Tanto quanto tenho pelas metáforas enquanto manifestações figurativas da linguagem.
Quando dava palestras e cursos nas áreas de gestão de pessoas e comportamental, costumava usar os adágios populares como instrumento de motivação para os participantes. Sempre funcionava.
Não obstante os ditados populares serem ricos em mensagens motivacionais, também podem se transformar em armadilhas e acabar por acomodar as pessoas levando-as a viver ao acaso. Daí a necessidade de fazer, digamos, uma revisão de valores a partir daquilo que a vovó ensinava.
Nesse sentido, segue aqui uma lista de alguns dos seus ditados populares favoritos com os respectivos comentários sobre cada um. Confira:
“Diga-me com quem andas que te direi quem és” – Esse ditado é muito rico do ponto de vista da vida real. É que fica difícil estar na companhia de alguém com má reputação e dizer que não tem nada a ver com ela. Desse ditado surge o outro abaixo.
“E me uno, mas mas não me misturo” – Bom, pode até ser que em determinadas circunstâncias esse dito popular faça sentido, mas vai depender muito com quem você se une e porque está unido a mesma. Não dá para dizer que se une com ladrão, traficante, estuprador etc., e convencer as pessoas de quem não se mistura com esse tipo de gente.
“Mais vale mais um amigo na praça do que dinheiro na caixa” – Gosto desse ditado. Em verdade, um bom amigo pode abrir portas e contatos importantes que seguramente pode resultar em alguma grana futura. Só dinheiro na caixa pode gerar apenas isolamento, arrogância e “vendaval”, como canta o poeta.
“Deus ajuda quem cedo madruga” – Faz sentido. Via de regra as oportunidades acontecem à luz do dia, mas não basta acordar às 5h da matina e ficar contemplando os raios do sol. Deus ajuda, é verdade, mas temos que ir à luta.
“Seguro, morreu de velho” – Esse é bastante comum e muito levado a sério pelas pessoas. Realmente, quem toma cuidados prévios na vida tem menos chances de ser pega de surpresa com algo de ruim. Por incrível que pareça, as coisas negativas só acontecem quando estamos desprevenido. Por isso, na dívida, é melhor se “segurar”.
“Não troque o certo pelo duvidoso” – Um dos ditados do povão que pode ser uma armadilha. Isso porque pode deixar a pessoa criar limbo em determinada situação por achar a “coisa certa” e impedi-la de ir a busca de outros horizontes. Às vezes o que parece ser duvidoso enconde inúmeras possibilidades. Cuidado com esse adágio.
“Mais vale um pássaro na mão que dois voando” – Parecido com o outro acima. Ora, a questão é: você prefere um sabiá choco na gaiola ou tentar capturar dois belos sabiás que passam cantando todo dia sobre a tua casa? Reflita.
“Quem não arrisca não petisca” - Gosto desse também porque é desafiador. Temos que ser ousados e “sem medo de ser feliz”. Quantas oportunidades podermos por medo de apostar no novo? A vida é correr riscos. Só se sabe o gosto que uma torta de morango tem se provarmos dela.
”Quem tudo quer tudo perde” – Adoro esse. Todo santo dia a gente se depara com pessoas que querem tudo e acabam com nada no final. Quando criança, assistir a um desenho animado onde um urso ficava num rio pescando peixes e nunca ficava satisfeito com a quantidade que conseguia. Sempre que já tinha uma grande quantidade nos braços jogava fora os pescados e partia para outra tentativa para pegar mais e mais. Por fim, a acabou a fartura, os peixes foram embora e nosso urso ficou sem um único peixe. Nunca esqueci desse filminho.
“Pau que nasce torto morre torto” – Outro ditado pessimista. Não podemos admitir isso, pois seria aceitar que alguém ou algo não tem jeito. Pelo contrário, temos que crer que as pessoas e as coisas podem mudar para melhor. Tem os casos de defeitos de caráter, é verdade, mas isso é uma outra história. Prefiro acreditar na capacidade de mudança das pessoas.
“Não adianta chorar pelo leite derramado” – Bom, chorar pode não adiantar nada mesmo, mas quando se chora e depois esforça-se para fazer diferente pode trazer algum alento. Enfim, é aquela história: “cabeça que não pensa, o corpo padece”. Opa, olha um adágio popular explicando outro…
Esta são alguns ditos, ditados, adágio e provérbios populares que Bob Lobato destaca entre inúmeros outros que existem.
E você, leitor, qual o seu ditado popular favorito?