O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou para a próxima segunda-feira (28) os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo 3”, composto majoritariamente por militares investigados por envolvimento em uma suposta trama golpista. Os depoimentos ocorrerão de forma virtual e serão conduzidos por um juiz auxiliar do gabinete do ministro.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os 10 integrantes do grupo teriam participado da elaboração de um plano que incluía o assassinato de autoridades como o próprio Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O objetivo seria impedir a posse do novo governo e manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
A denúncia afirma que, em 28 de novembro de 2022, após a derrota de Bolsonaro nas urnas, os réus se reuniram para redigir uma carta com conteúdo golpista a ser enviada aos comandantes das Forças Armadas. Além disso, segundo a PGR, o grupo discutia ações que causassem forte comoção pública, criando um ambiente propício para a deflagração de medidas antidemocráticas.
A lista de réus inclui:
Bernardo Romão Correa Netto – coronel do Exército;
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira – general da reserva do Exército;
Fabrício Moreira de Bastos – coronel do Exército;
Hélio Ferreira Lima – tenente-coronel do Exército;
Márcio Nunes de Resende Júnior – coronel do Exército;
Rafael Martins de Oliveira – tenente-coronel do Exército;
Rodrigo Bezerra de Azevedo – tenente-coronel do Exército;
Ronald Ferreira de Araújo Júnior – tenente-coronel do Exército;
Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros – tenente-coronel do Exército e
Wladimir Matos Soares – policial federal.
O primeiro a prestar depoimento será Bernardo Romão Correa Netto. Os demais serão ouvidos conforme a ordem alfabética. Todos devem estar conectados na sessão remota para responder às perguntas da acusação, e eventualmente dos ministros do STF. Os advogados poderão acompanhar os depoimentos ao lado de seus clientes.