O dólar opera em forte alta nesta terça-feira (16), após a revisão da meta fiscal pelo governo brasileiro e em meio a tensão no Oriente Médio. Por volta das 9h, a moeda americana estava cotada a R$ 5,22. Às 11h45, porém, esse valor atingia R$ 5,28, maior patamar desde março do ano passado.
Na quinta-feira (15), a moeda americana fechou a R$ 5,18, o maior valor em um ano, o que representou uma elevação de 1,24% em relação ao dia anterior.
Há três destaques entre os principais fatores de pressão sobre o dólar. O primeiro deles é a estimativa do mercado mundial de que os juros não vão ceder tão cedo nos Estados Unidos. A economia americana tem dado sucessivas mostras de aquecimento, um quadro que impede que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) reduza a taxa local, hoje fixada no intervalo entre 5,25% e 5,50%.
Além disso, o agravamento do conflito no Oriente Médio, com o ataque do Irã contra Israel, no sábado (13/4) também fez com que a moeda americana se valorizasse. Nesse caso, o temor é que o acirramento da guerra resulte na elevação do valor internacional do petróleo, algo que teria forte impacto sobre a formação de preços em todo o mundo. Na prática, esse cenário resultaria em inflação.
Por fim, a confirmação nessa segunda-feira (15) da mudança da meta fiscal para 2025 no Brasil também joga a favor da elevação da moeda americana – e contra o real. O governo federal anunciou que, em vez de superávit primário (o saldo positivo das contas públicas, sem contar o pagamento de juros) de 0,5%, o alvo do Executivo passou a ser um empate de zero a zero nas contas públicas, com eventual déficit de 0,25%.