O senador José Sarney disse há muito tempo que “a política só tem uma porta: a de entrada”. Ele se retira da vida pública por causa da idade e por não conseguir mais reunir o apoio popular para lhe garantir mais um mandato.
Sarney já se despediu várias vezes da política, mas a antiga frase sempre lhe perseguindo os ouvidos: quem entrou só sai da vida pública expurgado ou morto. Na caso dele foi o cansaço mesmo pelo peso da idade, a falta de apoio eleitoral, além da esposa, dona Marly Sarney, que anda adoentada.
Ele se despede sim em definitivo da vida pública, mas da política acho que jamais. Já o mesmo não se pode afirmar em relação a filha. Roseana Sarney anuncia sua retirada da política. Acha que já cumpriu seu dever e já passou por todos os cargos que desejou.
Não é verdade. A governadora andou beliscando por uns meses a presidência da República numa eleição em que disputavam pesos pesados como Lula (vencedor) e José Serra.
Liderou a disputa por um período bom, mas foi obrigada a abandonar a luta por causa da “Operação Lunus”, a que todos recordam. Sonhar em ser presidente da República é apenas um sonho sonhado. Difícil mesmo é se concretizar em realidade.
Roseana Sarney pode ainda permanecer na vida pública. Amiga da presidente Dilma Rousseff, caso a petista seja reeleita, pode ser convidada para um ministério, apesar da intolerância do marido Jorge Murad.
Mas a governadora ainda alimenta um sonho que poderá um dia ser realizado: prefeita de São Luís, sua cidade natal. Roseana já executou como governadora a maioria das obras hoje existentes na capital, mas ela gostaria mesmo de estar sentada na poltrona do prefeito.
Portanto, se o senador Lobão Filho for o governador eleito do Maranhão, podem ir se preparando para encontrar Roseana Sarney na disputa pela prefeitura de São Luís. E a disputa será ferrenha se no páreo estiver Flávio Dino.