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sábado, 19 de abril de 2014

Conheça os preceitos da antroposofia

Estimulando criatividade, alimentação saudável, amor à natureza e equilíbrio espiritual, a antroposofia está mostrando que é possível viver melhor e mais feliz, como nos velhos bons tempos
A antroposofia é uma ciência humanista em expansão Foto: Marcos Muzi
Reportagem: Aline Salve – Edição: Amanda Zacarkim (Vida Simples)
A antroposofia está fascinando muitos brasileiros. Pelo menos 700 médicos utilizam-se de seus princípios, recorrendo a chás e outras receitas caseiras e evitando o excesso de medicamentos. E já há 13 escolas, disputadíssimas, nas quais as crianças aprendem primeiro a viver a vida, envolvidas em atividades realmente infantis, em vez de serem preparadas para o mercado de trabalho. Existe também um grande laboratório (Weleda), que fabrica remédios, chás e cosméticos naturais, uma editora (Antroposófica), com dezenas de títulos publicados, e até o luxo de uma rede de produtores agrícolas biodinâmicos, que fornece queijos, iogurtes, pães, verduras e frutas de qualidade.
Criada no começo do século XX pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), essa ciência humanista vem sendo aplicada em áreas tão diversas como medicina, educação, agricultura, economia, farmacologia, teatro e artes plásticas, organização social e espiritualidade. Ao pé da letra, trata do conhecimento (sofia, no grego) sobre o ser humano (antropos).
A antroposofia acredita que é preciso desenvolver o homem integralmente, considerando sua alimentação, moradia, relacionamentos sociais e econômicos, bem como sua formação intelectual e sua espiritualidade. Um rio de obviedades, com as quais a maioria de nós concorda perfeitamente. A diferença é que os seguidores da antroposofia não apenas concordam como agem de acordo, na contracorrente, mostrando que é possível compor e manter uma sociedade alternativa mesmo dentro das grandes cidades.
Uma pedagogia que respeita a alma
Aos nove anos, os alunos plantam trigo, colhem, moem a farinha, preparam o pão em forninhos de barro que eles próprios fizeram. Assim, aprendem uma das lições do tema “de onde as coisas vêm”, que compõe o conteúdo nesse período. Quando aprendem a escrever, fazem o caminho do calígrafo – experimentam o lápis, a pena de ganso, a caneta tinteiro. As aulas de História falam também de lendas e mitos – como o de Atlântida, o continente que foi engolido pelas águas, citado por Platão. O violino, um dos instrumentos mais usados nas classes, estimula a área ao redor do peito – assim, as cordas fazem vibrar o coração, o que promove o despertar das emoções. “Tudo é pensado para acompanhar o desenvolvimento anímico, energético e espiritual”, explica Celina Targa, professora da Escola Waldorf Micael, em São Paulo. A escola antroposófica não é feita para pais ansiosos (a alfabetização, por exemplo, só acontece no ano em que a criança completa sete anos).Os pais são convidados a participar, e muito, de todas as atividades. “Pode até se dizer que eles se matriculam junto com o filho”, diz Celina.
Espiritualidade na plantação
Outro ramo importante da antroposofia é a agricultura biodinâmica, que, além de ser orgânica (não utiliza adubos, aditivos ou inseticidas químicos), também respeita o caráter energético e vital dos alimentos. A plantação recebe diferentes “preparados”. Há fórmulas de inspiração homeopática com base em substâncias naturais como cristal ou esterco, às quais se atribui o poder de concentrar energias. Os insetos podem ser combatidos com o cultivo de vegetais que os afugentam ou, de novo, com preparados energéticos. Os ciclos e influências planetárias também são considerados. Para completar, é comum o agricultor antroposófico ser alguém que se exercita nas artes, que faz teatro e medita. Ele é o que se pode chamar de um homem integral, tal qual sua plantação.
Um dos pioneiros dessa história é o gaúcho Paulo Cabrera, que administra a Estância Demétria e o Sítio Bahia, áreas de agricultura e criação biodinâmicas em Botucatu (a presença da antroposofia nessa cidade é marcante). Assim como quase todos os professores e agricultores Waldorf, ele se especializou na Europa – no caso, o prestigiado curso de Agricultura do Emerson College, na Inglaterra. Cabrera produz vários tipos de laticínios, pães, geléias e mel. “O mais importante é que conseguimos preservar os princípios antroposóficos na maneira de ser. Montamos peças de teatro no Natal, Páscoa e Pentecostes. E temos aulas de euritmia, que trabalha a parte emocional”, conta ele. “O sentido mais profundo do nosso trabalho é desenvolver a consciência e a espiritualidade”.
Apesar de muitos princípios e crenças, a antroposofia não é dogmática, não exige comprometimento total com suas cartilhas. Também não é seita, nem clube de associados, o que a torna simpática aos novos seguidores. Ao que parece, o conhecimento deixado por Rudolf Steiner está se consolidando naturalmente porque é uma fonte de soluções de bom senso para todos que percebem as relações entre o Homem, o planeta e o divino. E tem mesmo muito a ver com nossas avós. A antroposofia recupera o lado feminino, é o lado do amor, da proteção, do cuidado.
ONDE ENCONTRAR ANTROPOSOFIA
LIVRO
Noções Básicas de Antroposofia e Pedagogia Waldorf, de Rudolf Lanz, ambos da Editora Antroposófica
ESCOLA
Waldorf Micael, São Paulo, recebe pais interessados em conhecer o local e os métodos de ensino: (11) 3782-4892. A Waldorf Rudolf Steiner, também em São Paulo, é pioneira da pedagogia antroposófica: (11) 5523-6655
SITE
Boas informações podem ser obtidas no site www.sab.org

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