Por Roberto Rocha
Se considerarmos a nossa ilha de São Luis um organismo vivo, onde pulsam mais de um milhão e meio de corações, seria lícito imaginar a BR 135, da estiva até Bacabeira, como a sua veia aorta.
Por ela flui o sangue da economia que irriga a vida da grande região metropolitana, transportando os nutrientes em forma de mercadorias que chegam e saem da capital e cidades vizinhas. Diferentemente da veia aorta, apelidada de “artéria da vida”, nossa BR ganhou o triste epíteto de “estrada da morte”, tantas tem sido as ocorrências de acidentes fatais que enlutaram centenas de famílias maranhenses.
Por esse motivo, ao ter a oportunidade de receber o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura, no Senado Federal, fiz questão de limitar minha intervenção a uma única pergunta que vem afligindo toda a bancada maranhense: afinal, a obra está parada, vai parar ou tem prazo para ficar pronta?
Revesti minha pergunta, que pode ser vista em minha página no you tube (https://www.youtube.com/user/robertorocha400) com argumentação forte para mostrar ao ministro que não se trata de apenas mais uma obra, mas da principal reivindicação de todo um aglomerado urbano, com efeitos sobre a economia global do estado.
Fiz ver a S. Excelência que há também uma questão moral subjacente, uma vez que trata-se da única obra estruturante do estado da federação onde a presidente Dilma teve a maior votação proporcional do país. Agravada ainda pelo fato dela dar acesso à região onde deveria estar sendo construída a refinaria Premium, substituída pela cicatriz de um terreno abandonado, onde sangra a autoestima de nosso povo, humilhado pelas promessas e desperdícios bilionários, ali sepultados.
O ministro, louve-se sua sinceridade, não buscou subterfúgios e reconheceu que a obra sofreu uma forte desaceleração, corroborando os números que eu lhe apresentei, dando conta de que no local, onde trabalhavam 542 operários, hoje restam 42. Naturalmente, não para concluir a obra, mas para fazer a manutenção do que já está construído.
É difícil imaginar que uma obra já contratada e iniciada possa ser virtualmente paralisada. Isso mostra o tamanho do rombo fiscal que o Governo tenta agora corrigir. Não se trata de um projeto, uma aspiração. É uma obra licitada e em andamento. De minha parte, considero-me em vigília para que não faltem os recursos para a conclusão desse trecho da estrada. Para nós, maranhenses, é questão de vida e morte.
Roberto Rocha é Administrador e Senador da República.
email: contato@robertorocha.com.br
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