A gaúcha Isabela Cardoso, de 24 anos, que postou um comentário na sua rede social (Facebook) criticando hábitos e costumes maranhenses, vem sofrendo bombardeios por internautas, blogs, grupelhos fechados e , pasmem os senhores, uma ação movida pelo Ministério Público.
Isabela e o marido trabalhavam na poluente fábrica da Suzano Papel e Celulose e moravam na cidade de Imperatriz, mas finalmente foram para a terra natal, Gramado, no Rio Grande do Sul.
O que disse Isabela Cardoso, que nem de longe é parente do titular do blog:
“Finalmente em casa, depois de 1 ano e 7 meses na SUSANO de Imperatriz eu e meu esposo retornamos a nossa cidade. Estado pobre kkkkkkkkk. A cultura maranhense é horrível, o carnaval é um lixo ‘Tal de bomba meu boi (sic), tambor de crioula’. A maioria das mulheres são piriguetes e os Homens malandros. Mais da metade das pessoas são semi-analfabetos (sic) #AmoMinhaCidade #Gramado RS”.
Ora, a moça tem todo direito de opinar, expressar o que sente da nossa cultura e de considerar que somos um povo semi-analfabeto.
O titular do blog só não concorda quando diz que “a maioria das mulheres são piriguetes e os homens malandros”. Claro que boa parte é sim.
No tocante a piriguetes, talvez o casal residia dentro ou muito próximo de cabarés. Ainda assim, uma expressiva parte de moçoilas da alta sociedade se comporta como tal.
Quanto aos homens, aqui existem sim grande parte de malandros em cargos políticos, de magistrados, empresários, professores, engenheiros, médicos, jornalistas e promotores.
Isabela tem direito a achar que nossa cultura é chinfrim, que nosso bumba-boi é ralado e que até o tambor de crioula não encanta mais a ninguém. Eu sou um dos que detestam as duas manifestações, principalmente depois que viraram comércio.
Isabela Cardoso tem razão quando diz que somos semi-analfabetos. Basta verificar os últimos números das avaliações do MEC. Temos as escolas com os piores índices e ainda sustentamos um número elevado de analfabetismo pleno.
Mas a Isabela também é semi ou quase analfabeta. Afinal, quem coloca o verbo no plural quando o sujeito estava no singular, já deveria ter ido pra Gramado voltar às salas de aulas.
Portanto, quem escreveu contra a manifestação de Isabela Cardoso quer aparecer ou ganhar mídia.