Os relatos do que vem acontecendo nos últimos dias no Hospital do Câncer, (Tarquínio Lopes), ou Hospital Geral, em São Luís, são lamentáveis. Tanto que nas próximas 48 horas, os médicos plantonistas devem paralisar suas atividades em forma de protesto.
É normal que uma nova administração queira mostrar serviço e que procure rever atos da gestão anterior.
O fato é que a atual diretoria do hospital, optou por realizar uma devassa nos registros médicos. Com tantos dados financeiros mal explicados e indícios de contabilidade “criativa”, Maria Ilvanicia Braga Bordalo de Figueiredo resolveu exigir pormenores dos procedimentos médicos. Portanto seria um duplo registro, visto que já constam no prontuário individual dos pacientes. Fosse com o intuito de otimizar a cobrança de procedimentos junto ao SUS e melhorar o faturamento do hospital, ou ainda mensurar a produtividade médica, a ação até se justificaria.
Mas, está claro que o objetivo é pura e simplesmente a demonstração gratuita de poder. Uma maneira mesquinha e retrógrada de tolher a autonomia médica.
Por fim, a direção vinculou a liberação da folha de pagamento de janeiro à apresentação de relatório pormenorizado das atividades dos médicos. Um verdadeiro absurdo! Insatisfeitos, cerca de 20 médicos plantonistas estão dispostos a cruzar os braços. Alguns até preferem se desligar de vez de suas atividades.
A diretora Maria Ilvanicia parece desconhecer os procedimentos de um plantonista em um hospital especializado em pacientes oncológicos, que trata de moléstias graves. Aliás, ela deve entender mesmo é de processos já que responde em vários nas mais diversas instâncias da Justiça Estadual.